Minha história musical

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Minha paixão pela música e composição.

Comecei com um cavaquinho doado!
Tinha uns doze anos de idade. Compus então a minha primeira música ( Veja a letra: “ Seu condutor, eu só falo a verdade/ Não tenho dinheiro, como vou pagar a passagem/Não tenho dinheiro, eu vou saltar/Fale ao motorneiro para o bonde parar/Vou andando a pé, toque para a frente/Um homem direito, não mente). Era uma homenagem a meu pai, que era condutor de bonde!

Logo me interessei pelo violão, mas meus pais não tinham condições de comprar um. A solução foi fabricar um! Só que não sabia como. Assim, resolvi inventar um. Duas madeiras cortadas com uma serra, em forma de bojo de violão, separados por pequenos pedaços de madeira. O braço foi uma haste de madeira pregada em uma das faces. Alguns detalhes a mais e estava pronto o meu violão. Só que faltavam as cordas, que eu não podia inventar. Aí foi que meu tio, com pena de mim, juntou uns trocados e comprou o encordoamento. Pronto, eu estava pronto! Peguei o alicate e prendi as cordas nos pregos que substituiram as cravelhas. Respirei fundo e comecei a apertar os pregos. Aí a decepção! O cabo envergou e o sonho veio abaixo. Claro que não daria certo! E então eu chorei.

Algum tempo depois, finalmente meu pai me deu meu primeiro violão! Cravelhas de madeira, Tampa vermelha, mas era o meu violão. Foi então que comecei realmente a tocar, aos treze anos e com muita vontade de acompanhar aqueles boleros, sambas e samba-canções. Aprendi sozinho, consultando aqueles métodos antigos que mostravam os acordes ou posições, como se falava naquela época.

Um pouco mais tarde meu pai me deu um violão mais profissional. Ai eu já tocava nos botecos e começava a compor. Gravei em acetato, que depois sumiu, a minha primeira música que fez sucesso na região. Eu falava da tristeza de ter perdido a minha segunda namorada.

O tempo passou, e eu descobri a bossa nova, com todos aqueles acordes diferentes que lembravam o jazz. Foi então que conheci o Rildo, professor de violão e gaitista, irmão de um colega de escola do antigo científico, hoje segundo grau. Meu pai então me deu um violão de primeira qualidade, comprado a prazo, pois era muito caro.

Rildo Hora já era profissional e precisava de um violonista para acompanhá-lo nos programas do Paulo Gracindo , aos domingos, na Rádio Nacional. Por sua sugestão minhas aulas tornaram-se ensaios, e por vários meses experimentei a sensação de tocar no rádio, nos programas de TV da época e ganhar o meu cachê. Me sentia um artista!

Aí a coisa pegou! Passei para a Engenharia e arranjei uma namorada ciumenta, deixando assim a minha “carreira promissora” de artista. Depois disso, foi me dedicar a família e tocar na casa de parentes, amigos e nos churrascos de domingo na minha casa.

Em 2004, quando morava nos estados Unidos, sofri um enfarto em janeiro e durante a convalescência resolvi compor uma música para minha esposa, que estava no Brasil. Foram três canções feitas em três dias consecutivos, uma falando da outra. Daí em diante, foram compostas outras canções, totalizando em torno de vinte e oito, até o final daquele ano, quando encerrei minha carreira de compositor. Até hoje não entendi porque só em 2004?

Mas em 2016 resolvi compor uma canção para um encontro de antigos colegas do curso Científico, como era denominado  naquela época o segundo grau, para celebrarmos o momento. Foi a gota d’água! Logo depois reiniciei minha “carreira” de compositor e não parei mais.

Hoje, agosto de 2019, tenho 68 canções registradas no site “www.musicasregistradas.com” e mais duas em fase de arranjo, pelo meu amigo, grande arranjador  Nelson Guimarães, o “nelson midis”, como o conheci pela internet ainda em 2006 e que até hoje faz todos os meus arranjos.

Espero continuar compondo, pois é uma atividade que me dá muita felicidade.

Aprendi sozinho
consultando aqueles métodos antigos que mostravam os acordes ou posições.